Sunday 30 March 2008

Experiencing our eternal presence

Since I began this weblog three months ago a new one, The Gentle Muse, was born and can be found here. I am reserving this space for the growing community of improvisers who wish to share my insights and enthusiasm for this essential musical activity. In improvising we learn at first hand not only about music but about ourselves as well; these insights can change our lives completely by casting new light on our nature and the way we perceive the world. Here is a video showing how one woman neuroscientist's life was altered for ever by a dramatic personal experience of how the brain works. It speaks to all of us. (For problems with loading or larger screen view here)

10 comments:

Bruno Campos said...

I was very impressed with the way she conveys that speach. In a way I can see that energy that she speaks of in herself, it was a mind-bending presentation, that´s for sure. Altough I don´t quite understand what dos she mean by surendering ourselves into the right hemisphere. Since the dinamics between the two are not conscient how is is it possible to make a intentional choice to live a life where only the right hemisphere is considered and where the left one is put aside? If the message is to promote a sense of happiness and "peace on earth" thing, than it is legitimate and very commendable, but not quite original. In any case it is a very interesting presentation.

Marisa Raposo said...

Não sei até que ponto é que é possível coordenar metodicamente e conscientemente os dois hemisférios, utilizando-os numa proporção sugerida pela neurologista, sem nos tornarmos demasiado mecânicos nessa tentativa exacerbada. É possível que uma vida melhor esteja associada a uma maior aceitação do que nos transmite o nosso hemisfério direito; porém, o ser humano é caracterizado, precisamente, por ter um lado racional, logo se deixarmos de utilizar regularmente o nosso hemisfério esquerdo, será que voltaremos a ser irracionais, tal como os outros animais? Penso que não devemos ser extremistas e que o hemisfério esquerdo, ao funcionar como se fosse a voz da nossa consciência, guia-nos por regras e deveres em função daquilo que desejamos fazer e não é, claramente, um limitador da nossa liberdade de acção.
Por outro lado, se pensarmos que, sem essas pré-concepções seria muito mais fácil sermos autónomos na vida, então só conseguiríamos improvisar verdadeiramente ao piano quando nos “desligássemos” de todo o nosso background cultural e conseguíssemos apenas transmitir um pouco de nós próprios, pensando apenas no momento presente, o que no meu entender, não é possível.
O testemunho da neurologista é, efectivamente, interessante, mas talvez seja ligeiramente ilusório, pois ninguém, em circunstâncias normais, controla todos os seus mecanismos cerebrais.

carlos pereira said...

Obrigado por me mostrar esta experiência, é sem dúvida uma experiência espiritual muito especial.
O que mais me tocou foi quando ela perguntou se podiamos imaginar o que seria termos um breve momento sem o peso emocional de trinta ou quarenta anos de vida. Eu pensei logo... "Quem me dera!!!"
Claro que se pensarmos na nossa infância temos uma pequena ideia do que é este tipo de vivência. Eu lembrei-me das tardes maravilhosas de verão em que passei de uma forma completamente inconsciente e ausente de influencias do emisfério esquerdo do meu cérebro a tocar no piano da minha tia só nas notas pretas (pentatónico). Ela dizia " carrega no pedal direito e toca só nas pretas, vais ver que soa sempre bem", eu adorava e estava horas e horas sem fim a tocar. Trinta anos depois as coisas ainda são um pouco assim. Embora tenha influencias de musica que conheço e aprecio ainda me consigo sentar ao piano e estar horas a tocar sem pensar e simplesmente sentindo o mesmo prazer de uma maravilhosa tarde de verão portuguesa. Mas é uma escolha sem dúvida nenhuma é uma escolha...

Carlos Pereira

Unknown said...

Este testemunho é para mim impressionante, em parte porque esta senhora percebe e consciencializa exactamente a sua experiência, uma vez que esta se relaciona com o seu objecto diário de estudo, o cérebro. De outra forma penso que dificilmente haveria esta compreensão, que associada a um discurso emotivo provoca em quem ouve a vontade de experimentar algo semelhante.
Mas como seria possível perceber o que acontece num momento idêntico ao relatado aqui (onde aparentemente se vive um momento de surrealismo, sonho e nostalgia) se não fosse possível racionalizá-lo?
Penso que para tudo parecer fantástico e perfeito é necessário que haja uma experiência em contrário, para então percebermos o verdadeiro valor desse momento.
Fica o sonho de alcançar um momento de liberdade total com a oportunidade de o consciencializar depois, para na racionalização nos sentirmos felizes por ter acontecido.

Marta Costa

Tiago said...

Este testemunho é bastante interessante e impressionante na minha opinião. A forma como esta senhora sabe exactamente o que está a acontecer no seu cérebro, em que hemisférios e a função de cada um. Para a improvisação, em minha opinião, deve existir um equilibro entre ambos, para que se possa fluir as emoções mas também, de certa forma, controla-las; mas como o fazer exactamente?
Ao longo da evolução humana, o Homem tem vindo a desenvolver cada vez mais o seu lado racional, provavelmente seja um factor que nos traz alguma dificuldade nos primeiros paços de improvisação.

Unknown said...

Trata-se de um raro olhar para a mente humana que transparece a complexidade do funcionamento do cérebro humano. Não é de admirar que este seja o mais complexo mecanismo conhecido pelo homem.

Agora interrogo-me se será possível o ser humano atingir a perfeição total ao “desligar” determinadas zonas cerebrais? Estará aqui o caminho para alcançar a felicidade plena?

Considero espantosa a forma como a senhora expõe o seu testemunho. Admiro a sua coragem em contar a sua experiência ao mundo pois certamente que, tal como eu, serão muitos os que questionarão a capacidade de reter e racionalizar uma experiência desta dimensão.

Liliana Oliveira.

Mafalda said...

O meu desconhecimento sobre este assunto - ou será cepticismo? - não me permite perceber a divisão tão clara que a neurologista faz da consciência dos dois hemisférios, e as suas diferentes funções e formas de processar a informação. O modo envolvido com que é relatada a experiência, por outro lado, torna impossível não considerar impressionante uma experiência tão poderosa.
Curiosamente, já depois de ver este vídeo li um artigo sobre Phineas Gage, caso de estudo da neurociência, que sofreu um acidente com explosivos tendo uma barra de metal perfurado o seu cérebro. Aparentemente tendo ficado fisicamente sem sequelas do acidente, mudou radicalmente de comportamento. Conhecido como sendo uma pessoa agradável e de bom trato, passou depois do acidente a ser agressivo e implacável. Segundo a opinião de alguns cientistas, Phineas Gage perdeu toda a parte racional do cérebro, tendo passado a reagir apenas emocionalmente, sem medir as consequências das suas acções.
Segundo a experiência da neurologista do vídeo, a ausência de racionalização “torna o mundo como um sítio lindo”, mas por outro lado, leva a acções inconsequentes, como as de Gage.
Seria fascinante podermos experienciar as diferentes formas de reagir, podermos conscientemente escolher “qual o hemisfério utilizar” perante diferentes situações, desligar o nosso lado racional que eventualmente nos bloqueia em determinadas situações, ou pelo contrário, reagir menos espontaneamente noutras…

Unknown said...

É espantosa a forma como a senhora expõe esta experiência quase transcendente. Talvez, sem este relato, nunca nos debruçaríamos sobre a hipótese de sobrevivermos sem a presença do hemisfério que nos orienta na nossa existência e que, consequentemente, nos transporta à percepção racional dos factos.
No entanto, sou da opinião que o ser humano só é detentor de um equilíbrio biológico natural quando existe complementaridade entre o funcionamento dos dois hemisférios cerebrais. Na ausência desse equilíbrio, o ser humano encontrar-se-ía num “vácuo” livre de influências que resultaria num presente irracional e, por que não, animal.
Seria curioso aplicarmos este pensamento à improvisação musical, acto que, na minha opinião, é também uma consequência de um equilíbrio entre as nossas influências culturais e musicais e da intuição do momento.

Mariana Leite

Unknown said...

É fantástico a forma como analisa e partilha a sua experiência, mostrando o quanto é importante sabermos, enquanto seres humanos, que é necessário passar pela experiência e vive-la para depois podermos perceber e analisar.

Pergunto-me se é possível controlarmos os dois Hemisférios, sempre que nós apeteça ou que seja necessário? Talvez para improvisão, o essencial seria o equilíbrio de ambos, mas como faze-lo?

Na minha opinião, saber controlar os dois hemisférios é fulcral (indispensável), mas até que ponto é que em certas e determinadas situações teremos de escolher e ter a consciência da "escolha" ou actuação de um dos dois hemisférios. A dificuldade principal na improvisação, sem ter em conta as barreiras teóricas e "técnicas" (as linguísticas da linguagem improvisasional)é o facto desse mesmo hemisfério esquerdo condicionar a própria libertação que a improvisação (sem deixar a consciência e os padrões que a própria linguagem de improvisação requer, tal como compor, por exemplo) requer. Pois, improvisar, por mais que queiramos ou menos, é aceitar o que a nossa própria libertação musical nos transmite, e nunca esqueçamos, que esse material que vamos expor na nossa improvisação musical, se tivemos CORAGEM para a chegar a concretizar, seja em que circunstâncias forem, será sempre influenciado ao máximo por o que ouvimos, gostamos, vemos, sentimos, percicionamos. A música é transmissão....

Segundo Albert Einstein “Existe uma coisa que uma longa existência me ensinou: toda a nossa ciência, comparada á realidade, é primitiva e inocente; e, portanto, é o que temos de mais valioso.”

Tânia Rosa

David Rodrigues said...

Pain. Sadness. "This could be heaven for everyone". All conscient knowledge is in fact useless until it becomes unconcious.